Casa Jurumirim destaca uso de CLT e taipa em residência de 900 m² no interior paulista
Itaí (SP) – Projetada pelo escritório Sergio Sampaio Archi + Tectônica, a Casa Jurumirim foi concluída em 2022 às margens da represa de mesmo nome, a cerca de 300 km da cidade de São Paulo. Com 900 m² de área construída em um terreno de 6.000 m², a residência adota estrutura modular de madeira engenheirada e plataforma de taipa para reduzir impacto ambiental e acelerar a obra.
Implantação e programa
O edifício principal segue um grid de 4 m × 4 m que organiza os espaços internos em dois núcleos separados por um pátio descoberto. No lado oeste concentram-se as áreas sociais – estar, lareira, sala de TV, jantar, cozinha e churrasqueira. Voltados ao leste, os dormitórios formam um alinhamento contínuo. A circulação ocorre em torno do pátio, onde pergolados de vigas laminadas e gravetos de eucalipto filtram a luz, e um espelho-d’água ajuda a refrescar o ambiente.
Estrutura elevada
O volume principal, um prisma de madeira de 24 m × 32 m, repousa sobre pilotis metálicos recuados 2 m do perímetro e permanece a 80 cm do solo, criando sensação de leveza. Transversalmente, uma plataforma de taipa – executada com terra retirada do próprio local – forma dois decks: acesso frontal com garagem e área posterior com solário, fire pit e piscina.
Materiais e desempenho
Paredes e lajes utilizam painéis de CLT, enquanto pilares e vigas são de madeira laminada colada. As fachadas ventiladas recebem pranchas de madeira fixadas em perfis de alumínio sobre membrana hidrófuga. Banheiros ganham domus venezianas de cristal; grandes esquadrias de alumínio com vidro laminado e película UV garantem iluminação e ventilação cruzada. Brises e pergolados moderam a insolação direta.
A cobertura em wood frame com chapas de compensado sob manta termoplástica TPO abriga as instalações elétricas e hidráulicas, que correm entre forro de gesso e laje. Shafts equidistantes facilitam manutenção, assim como o piso elevado 80 cm acima do terreno.
Processo construtivo e sustentabilidade
A obra foi dividida em duas frentes. A primeira cuidou de terraplenagem, drenagem, ligações hidrossanitárias, fundações e embasamento de concreto armado, empregando mão de obra local. A segunda produziu em fábrica, na Grande São Paulo, componentes industrializados – painéis de CLT, vigas de MLC, esquadrias e bandejas das fachadas – montados no local em 30 dias com caminhão munck.
A modularização, o uso predominante de madeira de origem renovável e peças leves reduziram consumo de água, resíduos e desperdício. O volume elevado evita transferência de calor e umidade, enquanto ventilação natural, painéis solares para aquecimento de água e geração fotovoltaica diminuem gastos energéticos. Duas cisternas de 5.000 litros armazenam água de chuva para irrigação e limpeza externa.
Com informações de ArchDaily Brasil

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